Tendo por base a coleção de 2 005 negativos de gelatina em vidro do Hotel Palácio, até agora inéditos, esta exposição fotográfica apresenta a história da edificação do Estoril enquanto o mais icónico destino turístico português, entre 1914 e 1955.

Em 1913, Fausto de Figueiredo e Augusto Carreira de Sousa adquiriram a Quinta do Viana, em Santo António do Estoril, extenso pinhal sobranceiro ao mar, em que funcionavam dois edifícios termais e um pequeno hotel. Contrataram, em seguida, o arquiteto Henri Martinet para a planificação de uma «estação marítima, climatérica, termal e sportiva» dotada de um conjunto extraordinário de equipamentos coletivos dedicados ao lazer, que apresentariam publicamente no ano seguinte. A extensão e monumentalidade deste projeto de gosto parisiense traduzia a enorme ambição dos seus impulsionadores, que cedo transformaria o Estoril numa das mais poderosas imagens de marca do concelho.

O sucesso quase imediato do empreendimento, ainda que não inteiramente concretizado, é atestado pelas fotografias da coleção do Hotel Palácio, agora em exibição na Casa Sommer, na sequência de uma campanha de restauro, organização, descrição e digitalização. Apesar de a esmagadora maioria dos negativos ter perdido parte da emulsão, o centro das imagens encontra-se em bom estado, preservando quase miraculosamente a informação contida na preciosa coleção que aqui se mostra pela primeira vez.

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