A estreia em Portugal de uma das mais importantes vozes da literatura sul-americana.

Ela é uma astrofísica em crise, há anos presa a uma tese de doutoramento sobre buracos negros que não consegue terminar de escrever. Nos intervalos, dá aulas de Física para ganhar a vida, culpando-o pelo seu fracasso. Um dia deseja ficar doente, para poder obter uma licença e dedicar-se em exclusivo à sua tese. E adoece, verdadeiramente.

Ela vive com Ele, o seu marido, no país do presente, provavelmente os Estados Unidos. Para trás ficou o país do passado, provavelmente o Chile, marcado por uma ditadura militar violenta, pelas memórias de infância e pela história da sua família — Pai, Mãe, Primogénito, Madrasta, os Gémeos, todos eles ligados pelo fio condutor obsessivo do corpo e da doença. Ela percorre a estranha biografia familiar, uma genealogia de quadros clínicos, de sintomas e de diagnósticos, de males reais e imaginários, de medos, de perdas e de culpa, descobrindo a fragilidade e a ameaça de extinção comum: do infinitamente pequeno do organismo ao infinitamente grande do cosmos.

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