A ideia de que nada na história acontece por acaso, de que nada é exatamente o que parece à primeira vista, de que tudo o que acontece resulta dos conluios secretos de grupos de pessoas malévolos que tudo manipulam dos bastidores, é tão antiga como a própria história. Mas, na opinião de muitos, as teorias da conspiração parecem estar a tornar-se mais populares e a ganhar terreno no século XXI, impulsionadas pela expansão da Internet e das redes sociais – ao mesmo tempo que se assiste ao declínio da influência dos tradicionais guardiões da opinião, como editores de jornais e de livros -, e encorajadas pela cada vez maior incerteza em torno da verdade e da falsidade, associada ao perverso conceito de «factos alternativos».

Em As Conspirações em Torno de Hitler, o conceituado historiador Richard Evans pega em cinco alegações amplamente discutidas, que envolvem Hitler e os nazis, e submete-as ao escrutínio forense: que os judeus estavam a conspirar para minar a civilização, conforme descrito em Os Protocolos dos Sábios de Sião; que o exército alemão foi «apunhalado pelas costas» por socialistas e judeus, em 1918; que os nazis incendiaram o Reichstag para tomar o poder; que a fuga de Rudolf Hess para o Reino Unido, em 1941, foi sancionada por Hitler e transmitiu os termos de paz suprimidos por Churchill; e que Hitler escapou do bunker em 1945 e fugiu para a América do Sul. Nesta análise, o autor revela algumas das mais surpreendentes características que estas e outras teorias da conspiração têm em comum.

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